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Farol Cristóvão Pereira


Localizado na costa leste da Lagoa dos Patos, a meio caminho entre Porto Alegre e Rio Grande, o Farol Cristóvão Pereira está em manutenção. É o mais importante, o mais alto e o mais antigo da Lagoa dos Patos. 
Quem já navegou à noite sabe da importância de um farol. O navegante vai seguindo na escuridão, orientado por instrumentos, cartas náuticas e outras informações.
Nada se vê adiante da proa. Quem nunca navegou à noite não faz idéia do que seja isso. É preciso saber confiar nos dados que se tem. Embarcações não usam faróis para iluminar o caminho. Mantém-se acesas as coloridas luzinhas de navegação para que se possa ser visto por outros barcos (verde à dir, encarnada à esq, e branca à ré).
Ao determinar-se que o barco está aproximando-se da área de alcance do farol, fica-se de olho na direção em que se presume que esteja, esperando-se a qualquer momento ver a piscada da luz na escuridão. O primeiro lampejo nem sempre nos convence. É preciso ver mais alguns para ter a certeza de que não se está vendo apenas o que se deseja ver.

Mesmo com todos os atuais apetrechos tecnológicos, a luz de um farol é a confirmação mais segura do rumo seguido. É a que traz mais alívio. Não há tela de radar nem GPS que proporcione a enorme satisfação de se enxergar a primeira tênue piscada do farol ainda lá longe. É algo real. Está ali, indiscutivelmente, isto é, não tem bits nem bytes no meio, nem regulagem de ganho de radar, nem a geometria dos satélites do GPS a considerar.
                                        
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O Farol Cristóvão Pereira foi construído na mesma época que o da Ponta Alegre, na L. Mirim, e Bujuru, na L. Patos. Segundo o Comandante Carlos Altmayer Gonçalves, o Manotaço, do Veleiros do Sul, o ano de início das obras do farol é 1858. "Em 1859 a torre já estava pronta, e tudo indica que tenha começado a operar em 1886", diz Manotaço, um pesquisador da história da navegação por estas bandas.
Vejam só a pérola que este comandante deu-se ao trabalho de enviar aos visitantes do popa:
"....escavou-se o terreno à uma profundidade a encontrar bastante água, estacou-se com 84 moirôes de lay toda a superfície, sobre os quaes engradou-se com vigas de ley na distância de tres palmos de uma a outra, e depois de incavilhadas encheu-se os entrevallos de pedra secca bem calcada: sobre este engradamento levantou-se a sapata de pedra e cal até 10 palmos, e sobre esta levantarão se as paredes da torre e as das meios águas seguindo sempre com a planta em vista. Acha-se presente esta obra com os arcos fechados do 2º pavimento e a receber o respectivo madeiramento, e a 45 palmos de altura acima do terreno...."
(Correspondência do intendente do estado para o vice-rei no Rio de Janeiro, no seu relatório de atividades de 9/março/1859; 1 palmo = 21cm)
 Clique no link do início da postagem para ler mais sobre o farol Cristóvão Pereira.

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