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Cianobactérias ou Algas Azuis - Um problema para a saúde da Lagoa

Esta semana, conversando com meus amigos Joel Cunha e Rógis Barbosa, me informaram que haviam aparecido algas no arroio são lourenço, deixando a água com tom esverdeado. Segundo me informou o Joel, essa alga se alimenta de nutrientes derivados dos detritos que são lançados na água e que, depois de tudo, deixam a água sem oxigênio e no ar um terrível mau cheiro.
Ouvindo tudo com atenção, lembrei que à dois anos (2009) esse mesmo fato já havia ocorrido e o mesmo mau cheiro "infestado" o ar por vários e vários dias e, por coincidência, também no verão. Isso tudo me levou à pesquisar o assunto e me deparei com um fato nem um pouco agradável, descobri que são Cianobactérias ou algas azuis, o nome se origina do grego: cyano (azul) e bacteria (bactéria) e são tóxicas.


Sua história:

Possuem forma de cocos, bastonetes, filamentos ou pseudofilamentos, apresentando coloração azul em condições ótimas, mas são frequentemente encontradas apresentando coloração de verde oliva a verde-azulado.
Apresentam, geralmente, uma estrutura externa para evitar a dessecação, uma substância gelatinosa incolor que recobre totalmente ou parcialmente o indivíduo.
As cianobactérias, também conhecidas como cianofíceas ou algas azuis, são microrganismos procarióticos ( não possuem qualquer tipo de membrana para compartimentalização de DNA e outras organelas), autotróficos (produzem seu próprio alimento por meio de fotossíntese) e são capazes de se desenvolver em mananciais superficiais, especialmente aqueles com elevados níveis de nutrientes.
O aumento das atividades urbanas e industriais, assim como a descarga de seus efluentes acarretam o acúmulo de nutrientes ricos em fósforo e nitrogênio nos corpos d’água. Ao fenômeno causado pelo excesso desses compostos nutrientes dá-se o nome eutrofização, que aliado à elevação da temperatura, tem como uma das consequências, a rápida proliferação de cianobactérias no ambiente aquático, conhecida como “floração” ou “bloom”.
As cianobactérias têm sido estudadas no ramo alimentício, farmacêutico e agrícola pelo seu alto valor nutritivo, possível potencial farmacológico e pela influência que exercem sobre a fertilidade de solos e águas. Entretanto, algumas espécies de cianobactérias têm a capacidade de produzir metabólitos secundários que dão gosto e odor desagradáveis à água, além de poderosas toxinas. Daí seu principal interesse e estudos sobre os impactos no meio ambiente e na saúde. No Brasil, entre os gêneros potencialmente nocivos, destacam-se Microcystis, Anabaena, Cylindrospermopsis, Oscillatoria, Planktothrix e Aphanocapsa (Calijuri, 2006).
Denominadas cianotoxinas, essas substâncias causam graves injúrias a animais terrestres, aquáticos e humanos, através da ingestão ou contato com a água contaminada. As principais e mais perigosas toxinas produzidas por esses gêneros de cianobactérias são Microcistinas, Nodularinas, Anatoxinas,
Cilindrospermopsinas e Saxitoxinas. As cianotoxinas são classificadas como hepatotóxicas, neurotóxicas, dermatotóxicas ou promotoras da inibição da síntese de proteínas, de acordo com seu mecanismo de ação.
Os impactos ambientais e os problemas de saúde pública causados por florações de cianobactérias têm se mostrado cada vez mais freqüentes no Brasil e no mundo. Uma das causas observadas é o lançamento não controlado de efluentes, a partir do quê, se faz necessária a conscientização da população e entidades comerciais, no sentido de controlar e solucionar essa problemática.

Intoxicação por cianotoxinas:

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As intoxicações de populações humanas pelo consumo oral de água contaminada por cepas tóxicas de cianobactérias já foram descritas em países como Austrália, Inglaterra, China e África do Sul.
Em nosso país, o trabalho de Teixeira et al. (1993) descreve uma forte evidência de correlação entre a ocorrência de florações de cianobactérias, no reservatório de Itaparica (Bahia) e a morte de 88 pessoas, entre as 200 intoxicadas, pelo consumo de água do reservatório, entre março e abril de 1988.
Entretanto, o primeiro caso confirmado de mortes humanas causadas por cianotoxinas ocorreu no início de 1996, quando 130 pacientes renais crônicos, após terem sido submetidos a sessões de hemodiálise em uma clínica da cidade de Caruaru (PE), passaram a apresentar um quadro clínico compatível com uma grave hepatotoxicose. Desses, 60 pacientes vieram a falecer até 10 meses após o início dos sintomas.As análises confirmaram a presença de microcistinas e cilindrospermopsina, no carvão ativado utilizado no sistema de purificação de água da clínica, e de microcistinas em amostras de sangue e fígado dos pacientes intoxicados (Azevedo, 1996; Carmichael et al., 1996; Jochimsen et al., 1998; Pouria et al., 1998 e Carmichael et al., 2001). Além disso, as contagens das amostras do fitoplâncton do reservatório que abastecia a cidade demonstraram uma dominância de gêneros de cianobactérias comumente relacionados com a produção de cianotoxinas.

Importância ecológica:

As cianobactérias foram os principais produtores primários da biosfera durante mais ou menos 1.500 milhões de anos, e continuam sendo nos oceanos. A Terra continha pouco ou nenhum oxigênio naquela época. Alguns cientistas consideram que a atmosfera primitiva continha apenas 0,0001% de oxigênio. O mais importante é que através da fotossíntese elas encheram a atmosfera de oxigênio. Continuam sendo as principais provedoras de nitrogênio para as cadeias tróficas dos mares, sendo ainda de utilidade para a alimentação humana e produção de biocombustíveis.

Conclusão:

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O aparecimento das cianobactérias, ou algas azuis, no verão é devido a vários fatores climáticos. A água precisa ter uma certa temperatura, uma certa porcentagem de salinidade e uma grande quantidade de nutrientes.
Na verdade, todo esse fenômeno tem uma relação direta com cada município da costa da lagoa. Todos tem sua parcela de culpa, todos eles despejam uma certa quatidade de poluentes nas águas e estes, por sua vez, servem de alimento para as algas azuis e estas acabam se proliferando de maneira incontrolável e poluindo as praias destes mesmos municípios.
Vejam a matéria publicada no site "www.ecoagencia.com.br" em 20 de janeiro de 2009, quando essa alga azul já tinha causado um problema enorme para a região.
Talvez, daqui a alguns anos, os prefeitos desses municípios possam se reunir e planejar juntos uma maneira de tratar os detritos, pois isso acaba por "afugentar" os turistas que visitam nossa linda Lagoa dos Patos.

fonte:
www.pt.wikipedia.org
www.revistaanalytica.com.br
www.portalsaofrancisco.com.br
www.webartigos.com
www.ecoagencia.com.br

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