Muitas são as espécies de peixes que vivem na nossa lagoa ou que a usam como local de desova e o cascudo, ou peixe-gato ( o cascudo também é uma espécie dos peixe-gato) é uma dessas espécies, mas que não é tão conhecida. Talvez por ser um peixe estranho, de aparência pré-histórica, o torne descartado pelas pessoas.
A história do Cascudo: 
Teleósteos da ordem siluriforme e da família Loricaridae. Esses são  alguns nomes científicos do grupo a que pertence o cascudo ou  peixe-gato. Atualmente são conhecidas mais de 200 espécies de cascudos.  São peixes exclusivos da América do Sul, com exceção de uma espécie, não  menos latina, que vive na Costa-Rica.
Loricaridae é o sobrenome do grande clã dos peixes de água doce.  Teleósteo é o peixe que tem esqueleto ósseo. Siluriforme é como os  cientistas chamam um peixe grande de água doce, sem escamas e com  determinadas caracerísticas do crânio e da bexiga-natatória.
Os peixes siluriformes podem ter em comum grandes barbilhos dos lados da  boca, quase como os bigodes de um gato: os bigodudos bagres são primos  dos cascudos - que, sem barbilhos, ostentam a cara lisinha: eles  perderam os bigodes ao longo de sua evolução, iniciada há 144 milhões de  anos, no final do Triássico.
Onde vive o cascudo?
O cascudo não faz muita cerimônia quanto ao seu habitat. Desde que seja  na água doce, ele é encontrado em rios de fundo pedregoso e águas  torrentosas, e em águas calmas de fundo lodoso, como no caso do  Hipostomus punctatus . Muitas pessoas das regiões interioranas do Brasil alimentam-se  desses peixes que atingem até 30 centímetros de comprimento, quando  crescem em liberdade.
O seu corpo: 
A boca do cascudo localiza-se na parte ventral do corpo - no fim do  "queixo"- e suas narinas ficam na parte de cima da cabeça, à frente dos  olhos, uma de cada lado. Ele possui corpo delgado, revestido por placas  ósseas, e tem a cabeça grande. Sua coloração varia muito entre as várias  espécies, mas por vezes o cascudo lembra um tubarão-baleia em miniatura  (cinza-escuro com manchas claras). Com sua beleza exótica, os cascudos  são muito apreciados por aquaristas.
As 7 (sete) vidas do cascudo: 
O peixe-gato guarda sete trunfos que fazem dele uma criatura especial.  Pode-se dizer que além de serem peixes bonitos que ajudam na limpeza de  aquários, são importantes biomarcadores de qualidade de água e de  alimento tanto para o ser humano como para os outros animais.
As sete vidas do cascudo são, na verdade adaptações evolutivas  muitíssimo interessantes e algumas delas são de grande importância para a saúde dos ecossistemas aquáticos.
1) Os cascudos são bons pais:
Eles produzem e cuidam de um número relativamente pequeno de ovos demersiais (enterrados posicionados em um ninho ou presos à superfície de  uma rocha ou planta, no leito do rio). Prendê-los é importante, pois o  fluxo da água pode, facilmente, carregar os ovos. Os filhotes nascem com  a forma do corpo e o comportamento similares aos dos peixes adultos.
2) Economisando energia:
Animais primitivos, em geral, apostam na quantidade de filhotes e não  cuidam deles. Essa técnica de reprodução dispersa muita energia e tem  pouco resultado. Devorados por predadores, poucos filhotes chegam à  idade adulta. Mas os peixes-gato economizam energia - e otimizam sua  prole - apostando em menor número de ovos e nos cuidados atentos do pai  ou da mãe. Assim, a maior parte dos filhotes (ou alevinos) sobrevive.
3) Cascudos podem respirar ar:
Embora a maioria dos peixes dependa das brânquias para extrair o  oxigênio dissolvido na água e liberar o dióxido de carbono, peixes como o  cascudo, os quais vivem em condições de baixas concentrações de  oxigênio, não podem obtê-lo totalmente através das brânquias. Por isso,  vão além: seu estômago funciona como um "pulmão", adaptado como um sítio  de trocas gasosas - com a parede bem fininha, como uma membrana, e  ricamente vascularizada.
Quando é preciso, o peixe deve subir à superfície e respirar o ar  através das narinas, caso contrário poderá se afogar. Quem já segurou um  cascudinho nas mãos, fora da água, pôde observar que ele fica  inspirando o ar e expirando, fazendo lembrar a respiração de um mamífero  terrestre.
4) Enquanto os outros dormem: 
Muito espertos, esses peixes têm hábitos noturnos. São ativos à noite e  descansam durante o dia. Para seus predadores (os que conseguem ficar  acordados) é mais difícil caçar no escuro.
5) Cardápio sustentável: 
Cascudos limpam o ambiente ao mesmo tempo em que comem. Alimentam-se de  algas e restos orgânicos que se depositam no leito do rio. Por isso, são  bastante importantes na ciclagem de nutrientes dos meios em que vivem.
Dentre as espécies de particular interesse científico, estão as  Hipostomus punctatus e Liposarcus anisitsi. Ambas apresentam ampla  resistência a poluentes e podem sobreviver em lugares muito poluídos,  como estão a maioria das águas doces hoje em dia. Claro, não vale  exagerar. E quando se fala de exagero, o ser humano bate recordes e nem o  cascudo agüenta.
6) Quando a natureza supera a tecnologia: 
Estudos bem recentes mostram que os cascudos são importantes biomarcadores da qualidade da água. Como vivem no fundo (são demersais)  onde a poluição sedimenta-se em maior quantidade, eles absorvem mais os  poluentes. Quando o peixe fica com a coloração desbotada ou apresenta  tumores, por exemplo, isto significa problemas de enormes proporções.
7) Rapel para sobreviver: 
Uma espécie de cascudo, Ancistrus criptofalmus (cascudo de olhos  escondidos), possui tentáculos no focinho, lembrando dentes externos ou  espinhos. Essas estruturas ajudam o peixe a nadar contra a correnteza e  até a subir cachoeiras, escalando as rochas, como um pequeno praticante  de rapel. É um peixe que nunca vê a luz do dia e só foi encontrado até  hoje em águas subterrâneas, em algumas cavernas do Parque Estadual de  Terra Ronca, no nordeste de Goiás, onde quase nenhum outro bicho  sobrevive.
Depois de todas essas descobertas, o cascudo pode ser considerado um dos peixes mais importantes pro ecosistema da nossa Lagoa dos Patos onde pode ser encontrado em vários locais rochosos da sua costa.
Leia mais << AQUI >>
Leia mais << AQUI >>







ESSE PEIXE É BODÓ, CASCUDO É OUTRO
ResponderExcluirTambém é, sim amigo.
ResponderExcluirAssim como a nossa mandióca aqui do sul tem vários nomes diferentes por todo o país, como aipim, macaxera, etc. O cascudo (como é conhecido aqui no sul) também tem vários nomes diferentes pelo Brasil à fora, e graças à sua colaboração, já sabemos mais um dos seus nomes.
Para tirar sua dúvida, procure por "cascudo e bodó" no google, vai aparecer o mesmo peixe.
Obrigado por sua colaboração.
Um abraço e volte sempre!